A Região Metropolitana do Rio de Janeiro enfrenta uma intensa onda de calor, com temperaturas que podem ultrapassar os 40°C na próxima semana, conforme previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Cientistas alertam que essa situação é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a ilha de calor urbana, que resulta de emissões de veículos, asfalto e a geografia local, que retém o calor. Wallace Menezes, professor de meteorologia da UFRJ, destaca que o calor é intensificado por um sistema de alta pressão, que comprime o ar e impede a formação de nuvens.
Além disso, o Rio de Janeiro está no final da rota dos rios voadores da Amazônia, que chegam ao estado com pouca umidade, mas com calor intenso. O meteorologista Marcelo Seluchi explica que a perda de umidade aumenta a temperatura, resultando em máximas diárias superiores a 36°C e uma sensação térmica que pode ultrapassar 50°C. A umidade elevada contribui para o desconforto, pois o suor não evapora adequadamente, dificultando a regulação da temperatura corporal.
A onda de calor, que se estende a pelo menos nove estados e ao Distrito Federal, é consequência de um bloqueio atmosférico na região central do Brasil. Esse fenômeno impede a formação de nuvens e favorece o aumento das temperaturas, que podem ser até 7°C acima da média para fevereiro. Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, prevê que o pico do calor deve ocorrer entre terça e quarta-feira da próxima semana, com capitais como São Paulo e Rio de Janeiro registrando as maiores temperaturas do ano.
Enquanto isso, o Sul do Brasil experimenta um clima instável devido a uma frente fria, que pode trazer fortes temporais e chuvas intensas, especialmente no Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina. O Inmet alerta para o risco de deslizamentos e transbordamentos de rios, com a previsão de até 100 milímetros de chuva em algumas áreas. A previsão é de que a onda de calor persista até pelo menos 24 de fevereiro, sem expectativa de chuvas significativas que possam amenizar a situação no Sudeste.