Atual campeã e em busca de seu quarto título do carnaval, a Viradouro homenageou a entidade afro-indígena — que se manifesta na mata, na jurema e na encruzilhada e que, em vida, como João Batista, foi uma liderança no Quilombo do Catucá, em Pernambuco — Malunguinho no desfile desta noite. A escola foi a terceira a entrar na avenida no primeiro dia do Grupo Especial.

O desfile causou impacto na Sapucaí, com fantasias e alegorias que misturaram cores e transparências para criar uma sensação de transe e alucinação, inspiradas em rituais de jurema.

O carnavalesco Tarcísio Zanon contou que o enredo surgiu após uma experiência mística durante a comemoração do título de 2024, quando viu fumaça saindo da floresta em Jacarepaguá, o que o levou a pesquisar mais sobre o catimbó e Malunguinho.

Além de materiais orgânicos, como sementes e cascalhos pintados, o desfile contou com 500 brinquedos que serão doados para crianças após o carnaval. A apresentação também incluiu efeitos representando os cinco elementos. O desfile foi finalizado com a participação de 70 juremeiros pernambucanos, em um projeto em parceria com o governo de Pernambuco.
Os segredos do espetáculo:
- O tripé foi confeccionado com materiais não inflamáveis.
- Os lança-chamas foram projetados para expelir as labaredas longe dos componentes e principalmente do público.
- Os testes com fogo começaram há 3 meses. Os 15 bailarinos revezavam os ensaios com treinamento contra incêndios.
- Dez extintores foram colocados em pontos estratégicos da estrutura.
- Uma brigada com 6 bombeiros acompanhou o elemento cênico por toda a Sapucaí.
- O casal de mestre-sala e porta-bandeira teve que manter uma distância ainda maior do que normalmente fica, para evitar que fagulhas atingissem as fantasias.
FotosTata Barreto/Riotur