Quando as primeiras unidades da rede de varejo de moda Forever 21 abriram no Brasil, filas imensas de consumidores ávidos por roupas a preços baixos se formaram na entrada das lojas. Agora, oito anos depois, a marca está de saída: as araras estão quase vazias, sem produtos, e uma liquidação com tudo pela metade do preço está em andamento para queimar o estoque até dia 19, data em que as 15 unidades da empresa no país devem fechar definitivamente.
Em 2012, o Ministério do Trabalho dos EUA disse ter encontrado oficinas de fornecedores da Forever 21 em condições de trabalho análogo à escravidão em Los Angeles, na Califórnia, onde fica a sede da empresa. A rede disse, porém, que esses problemas teriam sido resolvidos naquele mesmo ano. Segundo a revista Forbes, a empresa também já foi processada mais de 50 vezes por violar direitos autorais.
A companhia está em recuperação judicial nos EUA desde setembro de 2019. Na época, o motivo alegado foi a concorrência entre as lojas de rua e o e-commerce. Com 800 lojas nos EUA, Ásia, Europa e América Latina, a varejista recorreu ao Capítulo 11 da Lei de Falências americana, que permite manter o controle e posse de seus bens enquanto administra uma reestruturação.
Na semana passada, o Authentic Brands Group (ABG), empresa global de desenvolvimento de marcas, anunciou a compra da Forever 21. Outra acionista da empresa é o fundo Brookfield Property Partners.
Aqui, o caldo começou a entornar no ano passado, quando a Forever 21 virou alvo de ações judiciais movidas por shoppings cobrando aluguéis em atraso. Sem acordos, a empresa de moda fechou no começo de 2021 todas as 11 lojas nos shoppings da rede Multiplan, entre elas, as dos shoppings Morumbi, Vila Olímpia e Anália Franco (São Paulo), Brasília, Ribeirão Preto (SP) e Canoas (RS).
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