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PF diz que Bolsonaro transferiu dinheiro aos EUA e aguardaria tentativa de golpe

A Polícia Federal diz que Jair Bolsonaro transferiu no fim do mandato dinheiro para os Estados Unidos, onde aguardaria o desfecho de uma tentativa de golpe no Brasil.

Na quebra de sigilo bancário de Jair Bolsonaro, a PF identificou uma transferência do então presidente no valor de R$ 800 mil para uma conta nos Estados Unidos. A operação aconteceu no dia 27 de dezembro. Três dias depois, Bolsonaro embarcou para Orlando.

A PF suspeita que a movimentação financeira tinha o objetivo de custear a permanência dele em solo americano para, possivelmente, aguardar por um desfecho da tentativa de golpe investigada

A defesa de Bolsonaro admite que a transferência foi feita, mas diz que isso aconteceu porque ele temia desvalorização do dinheiro investido na poupança.

Embora os investigadores tenham relatado ao Supremo Tribunal Federal que os comandantes do Exército e da Aeronáutica tinham rejeitado um plano de golpe de estado, a PF apura se Freire Gomes e Carlos Baptista Júnior cometeram crime de omissão. Isso porque eles teriam tomado conhecimento do plano, e não denunciaram.

A PF analisa o material apreendido na operação de busca e apreensão contra 16 militares. Entre eles, o general Mário Fernandes, ex-comandante de operações especiais, e que foi ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência.

No acordo de delação, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, disse que ele era um dos militares mais radicais. Na reunião ministerial de julho de 2022, Mário Fernandes afirma que era preciso agir logo.

“É muito melhor assumir um pequeno risco de conturbar o país, pensando assim, para que aconteça antes, do que assumir um risco muito maior da conturbação quando a fotografia lá for de quem a fraude determinar.”

Nesta quinta-feira (15) em Brasília, aliados do ex-presidente discutiram a organização de um ato em defesa de Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo. O governador do estado, Tarcísio de Freitas, que confirmou presença, disse acreditar que o ex-presidente não será responsabilizado.

“Não consigo ver – e essa não é opinião minha, tem muito jurista dividido – nada que traga uma responsabilização para ele, enfim, acho que o pessoal tá criando muita coisa, acho que com o tempo tudo vai ser esclarecido, confio muito.”

A defesa de Bolsonaro entrou com pedido no STF para que Alexandre de Moraes, do STF, deixe a condução do caso. Os advogados alegam que o ministro perdeu a imparcialidade ao ser apontado no inquérito como possível vítima da trama conspiratória. 

O advogado do militar Marcelo Câmara fez o mesmo. Preso na operação da semana passada, o coronel do exército teria monitorado as movimentações de Moraes para um plano de prisão do ministro.

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